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Novas Pesquisas Facilitam Transplantes de Células-Tronco Mais Econômicos e Seguros

Uma equipe de pesquisadores identificou uma proteína que desempenha um papel fundamental na autorenovação de células-tronco. A descoberta foi feita por cientistas que utilizaram técnicas avançadas de imagem.

Um grupo de pesquisadores da UCLA identificou uma proteína necessária para a renovação autônoma de células-tronco sanguíneas humanas, facilitando a sua capacidade de interpretar e reagir a estímulos ambientais. O estudo, divulgado na revista Nature, é um avanço no desenvolvimento de métodos que permitam a expansão dessas células em laboratório, aumentando assim a disponibilidade e a segurança dos transplantes. As células-tronco sanguíneas, também conhecidas como células-tronco hematopoiéticas, têm a capacidade de se renovar e se diferenciar em todas as células sanguíneas e imunológicas do corpo. Por décadas, os transplantes dessas células têm sido tratamentos essenciais para cânceres como a leucemia e outras doenças sanguíneas e imunológicas. No entanto, esses transplantes enfrentam desafios significativos, como a dificuldade em encontrar doadores compatíveis, principalmente para pessoas de descendência não-europeia, e a quantidade insuficiente de células-tronco para garantir tratamentos seguros.

O desafio continua porque as células-tronco sanguíneas perdem rapidamente sua habilidade de se renovar naturalmente quando são retiradas do corpo e cultivadas em laboratório. Apesar dos avanços, ainda há uma questão a ser resolvida para que essas células funcionem adequadamente em transplantes. Segundo a Dra. Hanna Mikkola, autora principal do estudo e membro do Centro de Medicina Regenerativa e Pesquisa em Células-Tronco Eli and Edythe Broad da UCLA, embora tenhamos conseguido produzir células muito similares às células-tronco sanguíneas, muitas ainda não apresentam o desempenho esperado nos transplantes. Para identificar o elemento faltante, a coautora do estudo, Julia Aguade Gorgorio, analisou dados de sequenciamento e encontrou o gene MYCT1, cuja proteína é essencial para a renovação natural dessas células. Esse gene regula o processo de endocitose, que permite que as células-tronco sanguíneas absorvam sinais do ambiente que são vitais para sua renovação natural, diferenciação e repouso.

De acordo com Aguade Gorgorio, a proteína MYCT1 também regula a velocidade e a eficiência com que as células-tronco sanguíneas percebem os sinais do ambiente. Sem essa proteína, os sinais podem se tornar confusos e estressantes, desregulando o funcionamento das células. Os pesquisadores compararam a função de MYCT1 com a dos sensores presentes em carros modernos, que transmitem informações importantes aos motoristas. Semelhante aos motoristas ansiosos sem esses sensores, as células-tronco se comportam de forma desregulada sem a presença de MYCT1. Por meio de um vetor viral, a equipe conseguiu reintroduzir MYCT1 e observou que sua presença restaurou a autorrenovação das células-tronco em laboratório e também permitiu seu funcionamento eficaz após o transplante em modelos de camundongos. O próximo passo será investigar por que o gene é silenciado e como evitar esse silenciamento sem a necessidade de um vetor viral, tornando o uso clínico mais seguro.

De acordo com Mikkola, manter a expressão de MYCT1 em células-tronco durante o cultivo e após o transplante é um passo importante para promover avanços significativos na área. Isso vai permitir que os transplantes sejam mais acessíveis e eficazes, além de aumentar a segurança e a acessibilidade das terapias genéticas. A pesquisa foi financiada por várias instituições, incluindo os Institutos Nacionais de Saúde, a Fundação Nacional de Ciência da Suíça e o Programa de Treinamento em Células-Tronco do Centro de Pesquisa de Células-Tronco UCLA Broad Stem Cell.

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